sábado, 9 de maio de 2015

Sobre o lúdico I

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Nos últimos tempos tenho me aventurado em outras experimentações poéticas, e mergulhado em uma estética do riso, do lúdico, do corpo brinquedo. Tudo que havia ficado inerte no passado como coisa de menina, tudo que havia sido oprimido pela vida de gente grande, pelo conteudismo  e devotamento a atividades intelectuais,  agora volta fazendo cosquinhas no corpo.

Não calo, é verdade, mas tenho adoração por brinquedos de palavras e ontem estive com Clarice e suas encantarias literárias...

Inundada por esses encontros, essas paixões alegres, cá estou: cirandeira, brincante, poeta, artista, fluida, intensamente feliz, lançando canções no mundo, aprendendo a desinventar o medo do ridículo, a transformar em sorrisos os olhares  desconfiados ou inquisidores.

Nessas minhas aventuras e mergulhos fiz uma grande descoberta: brincar é tão fundamental para a transformação do mundo quanto qualquer militância e luta. É um genuíno exercício de liberdade e de invento, que escorrega a qualquer captura. 
Hoje não creio mais em nenhuma revolução, mesmo as cotidianas, que não passe pelo brincar.

"Como pode um peixe vivo
Viver fora da água fria
Como pode um peixe vivo
Viver fora da água fria"