quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Último Poema



Já que não posso te tocar
Quero te guardar num poema
Como é difícil de mostrar
Dou-te de presente palavras

Com elas podes inventar
Ter ilusões, imaginar
Tecer paixões
Que podem rumos desviar

Para caminhos
Que não se sabe onde vão dar
E a viagem já é um porto de chegar
Pelas águas do tempo
Em barco que já é lugar

Pelo prazer de não saber
De só deixar acontecer
Quero embarcar contigo
Sem direção, correr perigo
Quero embarcar contigo
Quero navegar

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O que restou


Se queres ferir
E fazer sentir dor
Como se o sofrer
Destruísse o amor

Que não queres sentir
Mas que insiste em voltar
E não deixa esquecer
O que não podes mais viver

É difícil deixar calar ou fingir
E admitir o que perdeu
Dissolveu, dissipou
O calor derreteu
As asas que levaram ao céu

Agora ateu e sem saber
À deriva no mar do acontecer
Lançando ao vento toda a dor
Com flechas de amargura acertou
E enfim as nuvens
Derramam o que restou