terça-feira, 28 de setembro de 2010

PALAVRA PUNHAL

Foi para espalhar aos quatro cantos
Para que todos apontem, comentem, sintam pena
O grande público,
As cortinas escancaradas
O espetáculo

Olhem! Olhem!
As chagas em flor
Rubras e carnívoras
Devorando qualquer gota de felicidade
E todo esboço de sorriso que não seja nervoso

É para emudecer e recordar a dor mais aguda
O sabor mais ácido
Com o olhar petrificado e fosco
Como o de um pedaço de carne inerte e sem vida

Palavra punhal em seu grande ato
Que dilacera e mortifica
Que quer latejar e tirar o sono
Oferenda preciosa nesse dia sacro de compaixão
(28/09/2010)

Um comentário:

  1. Larissa,

    eis a dor, nossa velha mestra, conhecida... poemas sempre serão como punhais latentes, prontos a atravessar o peito dos incautos.

    beijo,

    r

    ResponderExcluir