Ela não sabia afinal que o que partilhava com ele eram cartas de amor. De um amor que aconteceria quando dobrasse a próxima esquina. Por não saber ela vivia o tempo da espera. Caminhava a passos lentos atenta a qualquer sinal na paisagem, mas se distraia com facilidade e esquecia o percurso. Acabava inventando outros lugares aonde ir e modos de chegar.
O tempo corria e as cartas se multiplicavam, algumas se perdiam, outras nem eram lidas. Ela não recordava mais para que ou quem escrevia, nem o rumo em que os pés a levavam. E a esquina que ela quase dobrou continuava lá... tão perto! Mas o vai e vem, as bicicletas, a chuva, os encontros, sempre atravessavam o caminho.
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Lari,
ResponderExcluirparece o primeiro parágrafo de uma história que continua, né? e nem por isso, deixa de ser belo e redondo, como um conto curto, um míni-conto. adorei esse novo experimento... vai fundo!
beijos,
r
Re,
ResponderExcluirEu queria que essa história continuasse, aliás é provável que ela continue, mas não sei em que rumo. Imagino um "final", mas acho que o rumo que ela vai tomar não levará a ele. Vamos ver né? Só sei que isso é tudo muito louco, porque não tem fronteiras entra "realidade" e "fantasia". É um híbrido, é como se eu vivesse algo, mas ao mesmo tempo me escapa. Tô adorando!
Beijos,
Lari